domingo, 12 de setembro de 2010

Felicidade

Ilustração de Catarina Gushiken


- Podemos ir agora?
-O que você quer dizer com ir?
-Apenas ir ,deixar rolar ,sabe?
-Não, não sei...
             Tudo começou numa terça-feira agitada.Não.Acho que foi num domingo  sonolento  desses que  imploramos pra que algo finalmente exploda.Foi nesse dia : ela percebeu que era feliz,uma felicidade controlada,auto-induzida, mas mesmo assim era.Feliz.Palavrinha que dava uma coceirinha na língua quando pronunciada repetidamente, e foi isso que ela fez repetiu e repetiu...Depois disso foi contar a seu amigo Rafael a sua nova descoberta,coisa que quando soube  riu debochadamente.
-Você não é feliz .Já experimentou alguma coisa que realmente te deixou  furiosa?
-Não.Mas por que seria necessário?
-Seria por que nada morno é feliz.Você já viu uma papa de aveia feliz?
-Nunca vi comida nenhuma feliz.É apenas comida ,porra.
        Rafael imediatamente a levou para uma festa.O som ricocheteava dentro da sua cabeça como uma  britadeira , as luzes a cegavam  aquilo parecia um dos pisos  do inferno. Amaldiçoou-o milhões de vezes em sua cabeça  , decidiu  então sair para tomar ar.Lá fora encontrou alguém que  ofereceu tudo aquilo que precisava mas tinha medo de pedir.
-E agora você já descobriu que quer?
-Sim, me dê logo isso e vamos sair daqui.






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