Ilustração de Catarina Gushiken
- Podemos ir agora? -O que você quer dizer com ir? -Apenas ir ,deixar rolar ,sabe? -Não, não sei... Tudo começou numa terça-feira agitada.Não.Acho que foi num domingo sonolento desses que imploramos pra que algo finalmente exploda.Foi nesse dia : ela percebeu que era feliz,uma felicidade controlada,auto-induzida, mas mesmo assim era.Feliz.Palavrinha que dava uma coceirinha na língua quando pronunciada repetidamente, e foi isso que ela fez repetiu e repetiu...Depois disso foi contar a seu amigo Rafael a sua nova descoberta,coisa que quando soube riu debochadamente. -Você não é feliz .Já experimentou alguma coisa que realmente te deixou furiosa? -Não.Mas por que seria necessário? -Seria por que nada morno é feliz.Você já viu uma papa de aveia feliz? -Nunca vi comida nenhuma feliz.É apenas comida ,porra. Rafael imediatamente a levou para uma festa.O som ricocheteava dentro da sua cabeça como uma britadeira , as luzes a cegavam aquilo parecia um dos pisos do inferno. Amaldiçoou-o milhões de vezes em sua cabeça , decidiu então sair para tomar ar.Lá fora encontrou alguém que ofereceu tudo aquilo que precisava mas tinha medo de pedir. -E agora você já descobriu que quer? -Sim, me dê logo isso e vamos sair daqui.
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