"Alexander Daniloff ,Letra A" |
Era uma crise, tinha que ser uma crase, ela não sabia mais escrever. Numa lambada infinita, as letras dançavam ao seu redor. Não. Primeiro as letras e depois a lambada. Ou seria ao contrário? O sufixo se tornou metáfora e o prefixo uma proparoxítona, as vírgulas sumiram, os sinais se embaralharam, mas quem se embaralha é carta de baralho. Onde está a teia do raciocínio? Que aranha a teceu, o que teceu a aranha a teia. Isabela não sabia mais nada, e o mais nada não sabia Isabela. – Eu pensei que escrever eu sabia, sabia? Do tudo eu não sabia e agora não sei do nada também. Divagava vagava. –Eu queria me trazer de volta, à volta me trazer não queria. Estava perdida em uma sintaxe sem táxi, perdida em uma anáfora lá fora. Pros efeitos todos e para todos os efeitos ninguém entendia Isabela e isso não significava que ninguém por Isabela se entendia.
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