domingo, 5 de junho de 2011

Escrito-escreva


"Alexander  Daniloff ,Letra A"
Era uma crise, tinha que ser uma crase, ela não sabia mais escrever. Numa lambada infinita, as letras dançavam ao seu redor. Não. Primeiro as letras e depois a lambada. Ou seria ao contrário? O sufixo se tornou metáfora e o prefixo uma proparoxítona, as vírgulas sumiram, os sinais se embaralharam, mas quem se embaralha é carta de baralho. Onde está a teia do raciocínio? Que aranha a teceu, o que teceu a aranha a teia. Isabela não sabia mais nada, e o mais nada não sabia Isabela. – Eu pensei que escrever eu sabia, sabia? Do tudo eu não sabia e agora não sei do nada também. Divagava vagava. –Eu queria me trazer de volta, à volta me trazer não queria. Estava perdida em uma sintaxe sem táxi, perdida em uma anáfora lá fora. Pros efeitos todos e para todos os efeitos ninguém entendia Isabela e isso não significava que ninguém por Isabela se entendia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário